quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Luis Ronaldo Vaca Alvarez

Não era preciso conviver muito tempo com Luis Alvarez para se encantar com ele. Sua personalidade calorosa, entusiasmada e o sorriso no rosto seduziam imediatamente. Aos poucos, os colegas da faculdade e do trabalho se impressionaram com sua inteligência e seu conhecimento intelectual, tão vasto que surpreendia em alguém de apenas 25 anos. Luis devorava livros: de ficção, filosofia, psicologia. Era fã de Morrisey, Frank Sinatra e de ópera. Foucault, Derrida e Delleuze não saiam da sua cabeça.
Curitibano de mãe brasileira e pai boliviano, Luis passou alguns anos em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. Cursou Jornalismo na PUCPR, enquanto, de madrugada, trabalhava no setor de logística da Esso. O gosto pelas artes trouxe-o à editoria de cultura da Gazeta do Povo, onde estagiou em 2007. Naquele ano, se formou como melhor aluno da turma, recebendo o Prêmio Marcelino Champagnat, e foi contratado pela Gazeta do Povo. No ano em que esteve no jornal, tornou-se especial para cada um de seus colegas. Ele cantava, falava francês, citava trechos de livros, fazia graça, criando um ambiente de trabalho mais alegre. Era carinhoso, inquieto, fervilhante de planos: queria viajar, fazer mestrado e acrescentar o alemão ao inglês, francês e espanhol que já dominava.
Em abril, teve que se afastar do jornal para tratar de depressão. Começou a pintar, reproduzindo telas como “O Quarto de Van Gogh em Arles”. Deixou um retrato de “Alice nos País das Maravilhas” e saudades.
Deixa pai, mãe e um irmão.

Luis Ronaldo Vaca Alvarez, 22/09, 25 anos.



(fonte: portal rpc)